[Resenha] A Cor das Almas

31 de outubro de 2017

Título: A Cor das Almas
Autora: Neide Barth Rosencheg
Editora: Autografia
Páginas: 338
Ano: 2017
Adicione ao Skoob
*Cortesia da editora


Sinopse: A Cor das Almas relata uma estória fictícia de amor vivida numa época onde a cor da pele era motivo para não poder amar. Acontece na região norte de Santa Catarina, dentro do contexto histórico e cultural de descendentes de imigrantes alemães na região. Várias personagens fazem parte do enredo, enriquecendo a trama que se desenrola através das décadas e, as unindo, todo um mistério que é revelado aos poucos, fomentando a curiosidade do leitor.

Resenha
Uma família de descendência alemã se estabelece no Brasil, eles são rigorosos na crianção dos filhos e extremamente preconceituosos. A família é grande e as crianças vivem sob as duras regras impostas pelo pai. Os filhos não podem ter liberdade para brincar como qualquer criança de suas idades, precisam trabalhar, os meninos com o pai na lavoura e as meninas em casa com a mãe.

Chegou à vizinhança uma família nova e também volumosa, são pobres e negros, o que gerou um certo alvoroço na localidade e a família alemã sentiu-se ofendida e incomodada com a presença "dessa gente". As crianças ficaram curiosas e espiavam os vizinhos brincarem. Na casa ao lado, mesmo em meio à pobreza e sofrendo preconceito, as coisas pareciam ser melhores e as crianças podiam brincar.
Em pouco tempo as crianças das duas famílias fazem amizade e brincam escondidas, longe dos pais, longe do preconceito. Só que os pais descobrem e elas são proibidas de se aproximarem novamente.
"[...] O rosto dela sequer ousava olhar aquelas crianças, tamanha era a sua repulsa por elas. O asco lhe subia pelo corpo, desencadeando arrepios. Sequer sabia o que lhe despertava aqueles sentimentos arrebatadores, mas não importava a origem. Queria que aqueles pequenos seres desaparecessem, que jamais tivessem estado naquele canto do mundo, não perto de seus pequenos filhos inocentes!"
O tempo passou e se tornaram adolescentes. Ainda muito novos, descobrindo a vida, o corpo... os sentimentos. Osvaldo se atraiu pela beleza exótica de uma bela jovem negra que nadava todos os dias no rio, munindo-se de coragem decidiu levar-lhe flores, mas nesse dia ela não apareceu. No dia seguinte e nos próximos dias ele voltava ao rio no mesmo horário e esperava que ela aparecesse.
Guiomar era a jovem que nadava no rio, ela percebeu que alguém a observava e ficou curiosa. Todos os dias, enquanto Osvaldo a esperava, ela o observava escondida. Um dia eles se encontraram e foram inundados por novos sentimentos, que ainda não conheciam nem sabiam lidar. Aos poucos eles foram se permitindo experimentar cada vez mais, aprendendo juntos e descobrindo o que era o amor.

Mas esse amor era proibido para eles, as duas famílias jamais aceitariam o namoro. Osvaldo e Guiomar foram manipulados e cada um deles ouviu a verdade de seus pais. Foram separados da pior maneira possível e viveram durante anos acreditando em uma mentira esmagadora. Seguiram por caminhos diferentes e aprenderam a enfrentar a dor que lhes assolava.
Minha impressão
Eu me emocionei bastante com essa história, é linda e ao mesmo tempo angustiante. A leitura me deixou aflita desde o começo e assim foi até o final. A obra é uma ficção, mas ela foi inspirada nas memórias do pai da autora; Neide Barth dedica o livro ao pai e diz: "Tenho plena convicção de que tive muita ajuda! Principalmente de suas memórias que me fizeram dar vida a todas essas personagens e, viver com elas, cada lágrima ou riso. Sei que você reviveu muito de sua vida ouvindo minha mãe ler o livro ao seu lado, em voz alta."

O livro não está divido por partes, mas é possível identificar uma mudança marcante na linha do tempo, quando a história relata a infância, passa pela adolescência e chega à vida adulta dos personagens. Todas essas etapas são importantes para o entendimento da trama, mas eu achei que foram inseridos muitos detalhes desnecessários e muita informação sobre cada personagem. Isso deixa a leitura cansativa em alguns momentos. 

Alguns personagens apresentam uma certa imaturidade para alguns assuntos, o que é totalmente compreensível tendo em vista e o contexto histórico, achei tudo muito condizente com a época. A última parte do livro foi a que mais me angustiou, é quando todas os mistérios que cercam o passado de Osvaldo e Guiomar começam a ser revelados. Nós acompanhamos os dois lados da história no decorrer da leitura, mas o ponto alto é quando as verdades se cruzam e surge um novo personagem que promete abalar as estruturas de todos. 

A Cor das Almas é um livro que eu recomendo a leitura. Ah, não poderia deixar de falar que eu achei essa capa encantadora! 

Minha nota para o livro

8 comentários:

  1. Outro dia li algo sobre este livro e agora ele está aqui, me chamando a atenção mais uma vez. Parece ser uma trama comovente, apesar de não gostar de livros
    que se tornam arrastados por excesso de informações, eu adoraria ler está obra.

    Beijos.
    https://cabinedeleitura0.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Esta capa é sem dúvida muito linda. Fico imaginando a reação deles quande descobrem que foram separados por conta de uma mentira... Só achei uma pena algumas partes serem cansativas, mas acho que dá para relevar.
    Bjs Rose

    ResponderExcluir
  3. Oii! Essa história parece conter um romance emocionante e muito lindo, eu não sabia que tinha sido inspirada nas memórias do pai da autora. A edição está maravilhosa e espero conferir essa história um dia, bjss!

    ResponderExcluir
  4. Olá, tudo bem? De fato a capa é um show a parte. Muito linda e é a primeira coisa que chama atenção. Depois que descobrimos que pode ser um romance bem tocante, e que trazem tabus que podem parecer antigos, porém ainda tem seus flashs na atualidade torna-o melhor ainda. Sou fã de informações a mais, então espero não achar as informações a mais desnecessárias. Dica anotada <3
    Beijos,
    http://diariasleituras.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  5. Eu já tinha lido uma resenha desse livro e a tua só me confirmou o que eu já achava: que história delicada, hein. Parece ser um livro lindo mesmo. Eu, que nem gosto de histórias de amor, já fiquei tocada só ao ler sobre a construção do enredo.

    ;*

    ResponderExcluir
  6. Olá...

    Adorei a capa dessa obra <3
    Não conhecia e fiquei bastante curiosa. Gosto do gênero e vou anotar a dica!

    Abraços

    ResponderExcluir
  7. menina que livro necessário hem, naquele tempo e hoje em dia também. Um tema que ainda é atual depois de centenas de anos diz muito sobre a nossa sociedade.

    ResponderExcluir
  8. Olá, tudo bem?

    Apesar de você ter dito que é meio cansarivo, pelo excesso que foi colocado, ainda assim eu fiquei com bastante curiosa. O preconceito é uma coisa horrível, até os dias de hoje. Dica anotada!

    Ana.

    ResponderExcluir